Benção maior é poder viver com vontade, genuinamente, até que se esgote cada dia que começa, se põe e anoitece para que um novo volte a nascer para o nosso incansável deleite, muitas vezes, egoísta de que não se acabe. Viver tanta coisa em pequenas coisas. Viver tantas vidas em diversas gentes. Viver tantos cheiros, perfumes, tantos gostos, sabores, tantas sensações e quereres, poderes e não poderes que querem poder pelo simples querer de querer ser assim. De querer bem pelo simples fato de se sentir feliz. Sensação boa de ser livre, de ir para onde se quer ir, onde se quer estar, ficar, ali, aconchegado. Vida é se jogar lá de cima, sentir a brisa no rosto e sorrir, se rir, de cada sensação boa que se sente no ar, solta, voa leve É relaxar, se deixar fluir, se permitir embalar. Dar risada de cada embalo, de cada impulso, de cada tropeço, que não devia se chamar tropeço, devia sim, chamar um novo dia para se fazer dum outro jeitinho, do jeito que se quer, sem erro e sem acerto, mas certeiro pelo simples fato de tentar.
Felicidade? Está em cada tentativa, em cada tropeço tropeçado e que tem um valor e tanto, lições e aprendizados que só se aprendem caindo, ralando o joelho e crescendo, evoluindo. Vendo ali, naquela cicatriz de joelho ralado, que não é feio cair, é feio ter medo, é feio não jogar, não correr, não se lançar, se permitir. A felicidade já está ali, no impulso que se dá, na bola que se toca para frente, no querer ver no que vai dar. Felicidade é simples. Vida é simples. Nas pequenas coisas. Felicidade é vida que se vive com a graça de se viver e não de simplesmente se querer viver. Tudo, tanto e até se esgotar. Com todos os tombos, sorrisos frouxos e deleites...estes sim, valiosos quando sentidos da forma mais simples, pura e genuína. Permitir, sentir e saborear a delícia que tem cada sensação, cada toque, cada batida que o coração dá. Ser e não imaginar como seria se fosse. Seja, apenas seja. É um presente lindo que a gente se dá.